domingo, 29 de novembro de 2009

Setor 2.5: Lucratividade com Responsabilidade Social




“Seu Cristo é hebreu.
Sua pizza é italiana.
Suas férias são internacionais.
Sua democracia é grega.
Sua língua é latina.
Seu café é brasileiro.
Seus números são árabes.
Seu carro é japonês.
Seu relógio é suiço.
Sua cerveja é alemã...
e...
Seu vizinho é o único estrangeiro?”
(Anônimo)


O poema é um apelo para que voltemos os olhos para o nosso vizinho, aquele que está ao nosso lado, ou na próxima esquina, nos viadutos, no bairro mais próximo. Na verdade, esse vizinho pode estar em qualquer ponto da rua, do bairro, da cidade, do país e até mesmo do mundo.

Desconheço a autoria do poema, que vem assinado como “Anônimo”, mas o que importa é que seu chamado parece estar sendo atendido, através de iniciativas em diversos pontos do planeta, inclusive, no Brasil.

Emociona-me as crescentes experiências de sucesso de empreendedores cujos negócios estão voltados para o desenvolvimento sócio-ambiental.

A Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios, Edição nº 250, traz uma reportagem estimulante sobre jovens empreendedores, de até 30 anos, cujos trabalhos vêm proporcionando grandes transformações, através dos chamados
Negócios Sociais
. Na introdução da matéria uma afirmação: “todos acreditam que é possível, sim, obter lucro combatendo a pobreza”.


Negócios como a Tekoha, loja virtual de artesanato produzido por 26 comunidades vulneráveis de índios do Pará e famílias do sertão baiano. Desenvolvida sob o princípio da transparência, a loja oferece infra-estrutura quanto à divisão dos preços dos produtos entre a comunidade, o transporte, os impostos e os custos administrativos. Em média, 50% da receita de venda ficam com os produtores. A loja já proporcionou exportações para a Suíça e a Polônia.

Outra experiência que merece atenção é a do Banco Pérola, instituição que empresta até R$ 1 mil para empreendedores informais de Sorocaba. O objetivo é viabilizar os projetos de pequenos empreendedores em potencial.

Um dos projetos mais interessantes é o da A Banca
, produtora cultural do Jardim Ângela, na periferia paulistana. A empresa oferece aulas gratuitas de violão e de formação de DJs. Nos encontros, através dos diálogos com os participantes, o auxílio na superação de problemas com drogas e brigas de família.
Parte desses projetos é financiada pela Artemisia, uma organização internacional que trabalha para o desenvolvimento do campo de Negócios Sociais em várias partes do mundo, principalmente no Brasil. A organização “aposta e investe no desenvolvimento de capital humano para criar ou gerenciar empreendimentos financeiramente rentáveis que trabalhem para a redução das desigualdades socioeconômicas”, conforme descreve o site da instituição.

Na esfera governamental, meus parabéns para o PROAURP – Programa de Agricultura Urbana e Periurbana da Prefeitura de São Paulo. Através do Programa, o governo municipal apóia a implantação de hortas comunitárias e escolares. No caso das comunitárias, com o apoio das subprefeituras e das lideranças locais, o PROAURP vem utilizando áreas públicas ociosas, terrenos de 500 a 5 mil m2 que estavam virando lixões. O apoio oferecido pelo governo abrange o empréstimo das ferramentas para preparo do solo, o fornecimento das sementes e o treinamento das pessoas que vão cuidar do plantio. O programa evita a degradação de terrenos ociosos em zonas urbanas, estimula a socialização, contribui para a educação ambiental, traz a produção de alimentos para perto dos moradores, complementando a alimentação de famílias da comunidade local e ainda possibilita a geração de renda, graças à venda da produção excedente.

Ainda há muito caminho a ser percorrido, mas, aos poucos, vamos aprendendo a lição. Enquanto isso, fica a reflexão: E você, já olhou para o seu vizinho hoje?



Setor 2.5 - Novo Promo from Hugo Gurgel on Vimeo

Desejo a todos uma ótima semana!
Claudia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário