quarta-feira, 29 de julho de 2009

Morrer em Vida é Fatal, por Martha Medeiros

Nunca esqueci de uma senhora que, ao responder por quanto tempo pretendia trabalhar, respondeu com toda a convicção: “Até os 100 anos”.

O repórter, provocador, insistiu: “E depois?”.

“Ué, depois vou aproveitar a vida”.
É de se comemorar que as pessoas aparentem ter menos idade do que realmente têm e que mantenham a vitalidade e o bom humor intactos – os dois grandes elixires da juventude. No entanto, cedo ou tarde (cada vez mais tarde, aleluia), envelheceremos todos. Não escondo que isso me amedronta um pouco. Ainda não cheguei perto da terceira idade, mas chegarei, e às vezes me angustio por antecipação com a dor inevitável de um dia ter que contrapor meu eu de dentro com meu eu de fora. Rugas, tudo bem.

Velhice não é isso, conheço gente enrugada que está saindo da faculdade. A velhice tem armadilhas bem mais elaboradas do que vincos em torno dos olhos. Ela pressupõe uma desaceleração gradativa: descer escadas de forma mais cautelosa, ser traída pela memória com mais regularidade, ter o corpo mais flácido, menos frescor nos gestos, os órgãos internos não respondendo com tanta presteza, o fôlego faltando por causa de uma ladeira à toa, ainda que isso nem sempre se cumpra: há muitos homens e mulheres que além de um ótimo aspecto, mantêm uma saúde de pugilista. A comparação com os pugilistas não é de todo absurda: é de briga mesmo que estamos falando. A briga contra o olhar do outro.

Muitos se queixam da pior das invisibilidades:“Não me olham mais com desejo”. Ouvi uma mulher belíssima dizer isso num programa de tevê, e eu pensei: não pode ser por causa da embalagem, que é tão charmosa. Deve estar lhe faltando ousadia, agilidade de pensamento, a mesma gana de viver que tinha aos 30 ou 40. Ela deve estar se boicotando de alguma forma, porque só cuidar da embalagem não adianta, o produto interno é que precisa seguir na validade.

Quem viu o filme “Fatal” deve lembrar do professor sessentão, vivido por Ben Kingsley, que se apaixona por uma linda e jovem aluna (Penélope Cruz) e passa a ter com ela um envolvimento que lhe serve como tubo de oxigênio e ao mesmo tempo o faz confrontar-se com a própria finitude. No livro que deu origem ao filme (O Animal Agonizante, de Philip Roth), há uma frase que resume essa comovente ansiedade de vida: “Nada se aquieta, por mais que a gente envelheça”. Essa é a ardileza da passagem do tempo: ela não te sossega por dentro da mesma forma que te desgasta por fora. O corpo decai com mais ligeireza que o espírito, que, ao contrário, costuma rejuvenescer quando a maturidade se estabelece.

Como compensar as perdas inevitáveis que a idade traz? Usando a cabeça: em vez de lutarmos para não envelhecer, devemos lutar para não emburrecer. Seguir trabalhando, viajando, lendo, se relacionando, se interessando e se renovando. Porque se emburrecermos, aí sim, não restará mais nada.

Publicado no jornal ZERO HORA em 03/05/2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

A Importância das Cores na nossa Vida



Toda a vida sobre a terra depende do sol e da luz. Sem luz não haveria vida. Todos os ciclos vitais, tais como o sono e a atividade dependem do ciclo da luz. Toda a bioquímica do corpo depende da luz, já que está provado que todas as nossas células são luminosas e reagem à luz. As cores, que são as filhas da luz, têm uma influência fundamental sobre a nossa energia vital e o nosso bem estar e, sem dúvida, elas podem também curar.

As vibrações da luz são de extrema importância a nível mental e físico. Elas são responsáveis para o nosso bem estar físico e para o nosso equilíbrio mental.

No momento em que a vibração de uma ou mais cores vai de encontro às células corporais acontece uma ressonância, que é de suma importância, e é por intermédio deste eco que podemos influenciar positivamente a nossa saúde. Toda vibração colorida que é projetado em nosso corpo acarreta reações muito profundas.

O nosso campo de energia, ou aura, é como um manto que se modifica constantemente conforme os nossos pensamentos e emoções e/ou o nosso estado físico. Quando estamos com saúde, felizes e contentes, o nosso campo energético apresenta cores suaves bonitas e luminosas. Quando temos emoções negativas como raiva, medo e depressões, as cores da aura mudam para tonalidades escuras e opacas. A fotografia Kirlian, que fotografa a energia que nos envolve, demonstra isto muito claramente.

Em resumo: as cores são de vital importância na nossa vida. Qualquer forma de vida depende da existência da luz e da energia das cores. A luz e as cores são transmissores de informações energéticas. Depende de nós restabelecer um organismo ou mente em desequilíbrio, através das vibrações das cores. Isto pode ser feito pela aplicação das cores, pela visualização das cores, pela meditação com cores e também pelos alimentos que ingerimos.

Um cientista alemão, Lichtenstein, provou que o nosso sistema digestivo reage também às cores. A experiência feita foi a seguinte: Ele, Lichtenstein, se alimentou durante uma semana somente com produtos brancos, como farinha branca, clara de ovos, queijo branco, etc. Ao fim desta semana apareceram cólicas e catarro intestinal que, após três dias com alimentação multicolorida desapareceu. Isto mostra que a carência de cores leva a uma lenta insuficiência das funções normais do nosso organismo e por isso é de grande importância que também a nossa alimentação seja a mais colorida possível para proporcionar saúde e bem-estar.

Na alimentação, a cor é de suma importância. Quanto mais colorido é o prato de comida à nossa frente, mais o nosso organismo agradece. Se sempre ingeríssemos alimentos de uma só cor, ficaríamos doentes, como já foi provado. O nosso organismo precisa de cores para estar em harmonia e equilibrado. Ele absorve junto com os nutrientes também as cores dos mesmos, como o vermelho do tomate, o laranja das cenouras e das laranjas, o amarelo da gema de ovo e das frutas amarelas, o verde das saladas e verduras e o azul ao violeta das jabuticabas, ameixas roxas, berinjelas, etc. Portanto, a nossa alimentação deve conter sempre o máximo de cores variadas. Uma boa dica é comer diariamente uma salada multicolorida e frutas de várias cores. A cor laranja, por exemplo, abre o apetite e, conseqüentemente, se servirmos a uma criança difícil de comer a comida num prato da cor laranja, ela com certeza aceitará melhor a comida.

Também a água energizada com cores age sobre o nosso organismo. Se colocarmos, por exemplo, uma garrafa ou vidro azul com água pura de fonte no sol por 12 horas, esta água, tomada em pequenas doses, pode abaixar a pressão sangüínea, acalmar dores e acalmar o estado de espírito em geral, já que o azul é uma cor fria e calmante.

No vestuário a cor também influi muitíssimo, tanto a nível físico como psíquico. Pessoas que acordam de manhã mal humoradas, instintivamente procuram vestir uma cor escura como cinza, preto, marrom, etc. Está ao nosso alcance inverter este humor negro colocando um vestido, blusa ou camisa de uma cor quente, alegre, nem que seja um lenço vermelho, laranja ou amarelo. A disposição para enfrentar o dia logo melhorará. Aliás, ao olhar durante 5 minutos ao acordar para algum objeto laranja, de preferência uma luz laranja, estimulamos o nosso intelectual para o resto do dia. Pessoas que trabalham muito à frente do computador ou em regiões com linhas de transmissão, estações de rádio e de televisão, deveriam proteger a sua tiróide dos raios maléficos emitidos pelos mesmos, usando sempre um lenço azul-turquesa no pescoço. Dependendo das circunstâncias, podemos neutralizar medos ou aumentar o nosso poder de dissuasão, usando uma roupa com a cor adequada para tal. Por exemplo: se temos de enfrentar um público desconhecido para uma palestra ou similar e se estamos algo inseguros, uma peça de roupa azul-turquesa ajudará a superar esta insegurança. Uma peça de roupa nos tons vermelho ou alaranjado nos deixará mais agressivos e convincentes numa reunião de negócios, por exemplo. As mães que tem uma criança muito irrequieta e nervosa, jamais deveriam por roupa vermelha nesta criança. O ideal nestes casos são roupas de todos os tons de azul e violeta. Uma pessoa facilmente irritável ou até colérica deve abolir definitivamente peças de roupa vermelha.

A cor do ambiente em que vivemos ou trabalhamos influi sobremaneira o nosso estado psíquico e o nosso bem-estar. Em casa, móveis, objetos e plantas nas tonalidades verde, azul-claro e violeta-claro acalmam, ao passo que o vermelho é desaconselhável, deixando as pessoas irritadas. O amarelo e o laranja nos deixam mais dispostos e estimulam inclusive o nosso intelecto. Crianças sem vontade e concentração para estudar deveriam fazer o seu dever de casa por baixo de uma lâmpada amarela ou laranja. Já as crianças nervosas e irrequietas deveriam estudar sob uma iluminação azul e ter uma lâmpada azul no dormitório para adormecer mais fácil. O ideal é decorar a nossa casa com cores suaves, desde o laranja claro, amarelo, todos os tons de verde e azul-claro até o violeta-claro. Plantas e flores dentro de casa são muito importantes para o nosso bem-estar. No nosso ambiente de trabalho muitas vezes é difícil podermos optar por cores, já que a decoração não foi de nossa escolha e o ambiente na maioria das vezes é bastante sóbrio, prevalecendo o preto e o marrom. Mas sempre poderemos fazer algo à respeito, solicitando por ocasião de uma pintura das paredes, que sejam pintados de azul claro, verde claro ou amarelo suave e podemos sempre levar e por à nossa frente uma plantinha que tenha flores ou um ramo de flores para alegrar e harmonizar um pouco mais o ambiente.

Atualmente médicos, principalmente psicólogos e psiquiatras, estão batalhando para que os quartos e corredores dos hospitais sejam pintados de cores que agem positivamente no restabelecimento dos doentes, em vez do branco comumente usado. Paredes pintadas de verde nos hospitais diminuem comprovadamente o tempo de restabelecimento (30%), de acordo com experiência feita na Europa. Em clínicas de repouso e instituições para doentes mentais as paredes e até as janelas deveriam ser pintadas de azul-claro, já que esta cor acalma a mente trazendo tranqüilidade.

É interessante mencionar o fato que atualmente os boxeadores treinam em ambientes totalmente vermelhos, para estimular sua agressividade e vontade de vencer. Outro exemplo são as toureadas onde o toureador usa um pano vermelho para deixar o touro mais agressivo. Em estábulos, cujas paredes foram pintadas de verde, as vacas dão mais leite. Numa experiência feita com um formigueiro dentro de um vidro, foi observado que, quando este formigueiro era irradiado com luz vermelha, era um caos, as formigas correndo de um lado para outro sem rumo. Quando depois foi irradiado com luz azul, a paz voltou a reinar. Plantas irradiadas com luz vermelha ou laranja ficam mais viçosas e suas frutas mais saborosas. Ao passo que, se irradiarmos uma planta com luz azul, ela morrerá.

Em resumo - luz e cores em nossa vida são tão importantes como o ar que respiramos e é importante termos consciência deste fato no nosso cotidiano. Não existe nada melhor do que observar o nascer do sol de manhã ou o por do sol à tarde, com toda a sua gama de cores quentes e vitalizantes. A luz, as cores, as flores e as plantas em geral são dádivas que a Mãe Natureza nos oferece gratuitamente, dando-nos todas as dicas, querendo nos ajudar. Compete a nós ficarmos atentos e viver de acordo com o que ela nos oferece e, acima de tudo, respeitá-la e amá-la.

- Elisabeth Eva Monogios -

Muita cor e muita luz para iluminar o seu dia!
Claudia.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Do bom e do melhor, por Leila Ferreira



Estamos obcecados com "o melhor". Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.Bom não basta.
O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".Isso até que outro "melhor" apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego. Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros!...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis. Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente. Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"'?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?
Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo.
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso? Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?...
- Leila Ferreira -

Fica a reflexão. Um ótimo fim de semana!
Claudia.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

“Play Me, I’m Yours “ (Toque-me, sou teu)



Simplesmente adorável! Primeiro porque o piano é um instrumento magnífico, segundo porque andamos carentes de idéias que inspiram, que transformam, que modificam o ambiente, que proporcionam ao ser humano momentos lúdicos e únicos.

O projeto é do músico inglês Luke Jerram. Pianos foram espalhados nas cidades em todo o mundo, localizados em parques, zonas industriais, escolas, estações ferroviárias, bares, etc. O nome da campanha fala por si só “Play Me, I’m Yours “ (Toque-me, sou teu). Não precisa ser músico, basta aceitar o convite, sentar-se ao piano e mergulhar na experiência sonora que nossos impulsos proporcionam. A musicalidade flui, quem define o ritmo é a individualidade de cada um. Uma experiência rica e fascinante.

“Pianos distribuídos em diversas regiões da cidade interferem no cotidiano visual e sonoro do espaço público. Livre para a apropriação e manipulação por qualquer pessoa”. Assim o projeto é definido no site http://www.pianosderua.com.br/ , espaço para registro das diversas experiências. Os pianos agem como uma tela em branco, cujos contornos, cores e, claro, sons, vão tomando forma com a participação da coletividade, proporcionando uma reflexão das comunidades em que estão inseridos. Uma provocação, convidando o público a participar, interagir, trocar experiências e tomar posse do seu ambiente urbano.

Muitas experiências, com certeza, ficarão gravadas para sempre, como a de Ricardo, um morador de rua na cidade de São Paulo que nunca havia tocado um piano, apesar de sonhar um dia aprender tocar como Elton John. A partir da intervenção urbana de Luke Jerram para a mostra SESC de artes 2008, Ricardo pôde se aproximar do instrumento e o resultado pode ser conferido no vídeo abaixo...




A mostra que passou em São Paulo em outubro de 2008 foi tão boa que o idealizador resolveu deixar de presente um piano na Estação da Luz (imagem abaixo) por tempo indeterminado. O projeto continua pelo mundo. Para mais informações acesse
ou



Um ótimo fim de semana!
- Claudia Coutinho -

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Violinista do Metrô por Martha Medeiros


Aconteceu em janeiro. O jornal Washington Post convidou um dos maiores violinistas do mundo, Joshua Bell, para tocar numa estação de metrô da capital americana a fim de testar a reação dos transeuntes. Desafio aceito, lá foi Bell de jeans e camiseta às oito da manhã, o horário mais movimentado da estação, para tocar no seu Stradivarius de 1713 (avaliado em mais de US$ 3 milhões) melodias de Bach e Schubert.



Passaram por ele 1.097 pessoas. Sete pararam alguns minutos para ouvi-lo. 27 largaram algumas moedas. E uma única mulher o reconheceu, porque havia estado em um de seus concertos, cujo valor médio do ingresso é US$ 100. Todos os outros usuários do metrô estavam com pressa demais para perceber que ali, a dois metros de distância, tocava um instrumentista clássico respeitado internacionalmente.


Não me surpreende. Vasos da dinastia Ching, de valor incalculável, seriam considerados quinquilharias se misturados a quaisquer outros numa feira de artesanato ao ar livre. Uma jóia correria risco de ser ignorada se fosse exposta numa lojinha de bijuterias, e ninguém pagaria mais de R$ 40 por uma escultura do mestre Aleijadinho que estivesse misturada a anjos de gesso vendidos em beira de estrada. Desinformados, raramente conseguimos destacar o raro do medíocre.


Esta história do violinista demonstra que não estamos preparados para a beleza pura: é preciso um mínimo de conhecimento para valorizá-la. E demonstra também que temos sido treinados para gostar do que todo mundo conhece. Se uma atriz é muito comentada, se uma peça é muito badalada, se uma música é muito tocada no rádio, estabelece-se que elas são um sucesso e ninguém questiona. São consumidas mais pela insistência do que pela competência, enquanto que competentes sem holofotes passam despercebidos.


Gostaria muito de ter circulado pela estação de metrô em que tocava Joshua Bell. Não por admirá-lo: pra ser franca, nunca ouvi falar deste cara. O que eu queria era testar minha capacidade de encantamento sem estímulo prévio. Se ainda consigo destacar o raro sem que ninguém o anuncie. Tenho a impressão de que eu pararia para escutá-lo, mas talvez eu esteja sendo otimista. Vai ver eu também passaria apressada, sem me dar conta do tamanho do meu atraso.

Martha Medeiros


A cena descrita por Martha...

domingo, 12 de julho de 2009

O glamour das estações do metrô de Moscou



Sabe aqueles lugares que, quando visitamos pela primeira vez, pegam-nos de surpresa e enchem-nos de admiração, deixando um gosto de deliciosa revelação?

Anos de ditadura comunista e isolamento pressupõem formas cinzas e frias, entretanto, Moscou é uma grata surpresa, principalmente quando exploramos o lado subterrâneo dessa misteriosa cidade, cheia de cores, sabores e luz.

A construção do metrô de Moscou teve início no ano de 1930. Com uma extensão de 256 km, possui atualmente 138 estações, sendo que as mais bonitas encontram-se no centro da capital. As colunas e esculturas foram primorosamente trabalhadas na riqueza dos detalhes e na preservação dos grandes eventos que marcaram a história da Rússia antiga e moderna. A construção profunda do metrô transformou-o num abrigo seguro durante os bombardeios aéreos na Segunda Guerra Mundial. A imensa profundidade da estrutura onde estão suas galerias explica a ausência quase total de escadas convencionais e o grande número de escadas rolantes.

O ambiente esbanja glamour e estética na riqueza dos mármores e dos lustres, na decoração, nos tetos bordados, nos medalhões, nos mosaicos, nas estátuas e nos brasões. Tem-se a impressão de estar circulando nos salões de um Palácio ou nas amplas salas de um Museu.

Para os que não conhecem, e aqui eu me incluo, um roteiro imperdível; para os que tiveram a oportunidade de visitá-lo, uma emoção, com certeza, inesquecível.
As 9 linhas do metrô são indicadas por cores diferentes, facilitando a orientação dos turistas. Funciona das 5:30h às 1:30h da madrugada e os intervalos entre cada trem são, geralmente, de 1 minuto nos horários de pico.
Se quiser fazer uma exploração, além das imagens no slide abaixo, visite http://engl.mosmetro.ru/
Uma ótima semana!
- Claudia Coutinho -



sexta-feira, 10 de julho de 2009

Você pode fazer diferença...

Nós podemos fazer um mundo melhor.
Se queremos... podemos!
Após anos de ditadura comunista e com a abertura política iniciada na década de 90, Tirana, capital da Albânia, cujas edificações constituíam uma massa tediosa e cinza, foi transformada pelo Prefeito Edi Rama. Preocupado com o bem estar da população, com criatividade e atitude, conseguiu transformar um cenário tedioso de concreto armado numa paisagem colorida, alegre e cheia de energia...



Não precisamos ser heróis nem mártires
para nos tornarmos agentes de transformação,
apenas humanos, solidários e conscientes.
Um simples gesto faz toda diferença.



;D
Um fim de semana inspirador!
Claudia.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Coexistência

Alguns conceitos são tão óbvios, entretanto, não entendo por que insistimos em negá-los, e, assim fazendo, vamos de encontro à própria natureza e ao equilíbrio de tudo que nos cerca. Refiro-me à coexistência, a maneira como indivíduos e comunidades se relacionam uns com os outros, especialmente através das diferenças.

Nada mais saudável do que a coexistência dos opostos: um complementa o outro, quando não, fundem-se, transformam-se, resultando em combinações mais ricas e completas. É assim que ocorre a evolução. Aceitar as divergências não significa abrir mão de nossos valores, de nossas opiniões e de nossa visão de mundo, mas compartilhar experiências, idéias, cooperando pacificamente com o outro para benefício e bem-estar mútuos.

Contribuir com algumas de nossas idéias e abrir mão de outras, dando espaço a novas formas de pensar, permite-nos evoluir para um estágio ainda maior, até então despercebido.

- Claudia Coutinho -

Fractal

"Nuvens não são esferas, montanhas não são cones, continentes não são círculos, o som do latido não é contínuo e nem o raio viaja em linha reta."
Benoît Mandelbrot - "The Fractal Geometry of Nature" - 1983


Somos partículas em movimento, em constante transformação.
Inteiros, e porque inteiros,
divididos em milhões de fractais de luz e cor.
Nada em definitivo!
Nossa natureza é sinônimo de perspectiva...
nosso limite é o infinito.
- Claudia Coutinho -